Mas será que precisa de advogado? A importância da interferência de uma profissional do direito no caso Dani Calabresa

Percebo em nosso dia a dia um desconhecimento muito grande por parte dos nossos clientes com relação à consultoria jurídica, ou seja, com relação à análise pelo advogado de questões que envolvam os seus interesses antes da existência de um conflito judicial propriamente dito.

Sim, todos sabemos, prestação de serviço custa, gera um atraso na conclusão do negócio, gera uma análise mais detalhada e por vezes desagradável de uma tratativa que, a princípio, parece muito promissora e na qual o cliente colocou toda a sua expectativa, seja pessoal, seja profissional ou, até mesmo, gera uma visita, pelo cliente, de sentimentos que ele ainda luta para lidar.

Ocorre que, com a pressa, com os custos, com as expectativas frustradas, com medo da exposição, com medo de ter o negócio desfeito pela outra parte, por muitos motivos que não vêm ao caso, as pessoas acabam por deixar de lado a análise e o apoio jurídico de um profissional em suas questões do dia a dia.

Vamos aos exemplos: assinatura do contrato de locação e outros tantos contratos que fazem parte do dia a dia de todos nós; formalização de empréstimos; contratação de pessoas; comparecimento a órgãos públicos, tais como fóruns, delegacias, prefeituras, Detran e tantos outros.

Cito um exemplo que é sempre motivo para surpresa: o casamento! Ora, casamento é contrato. Veja, não estou aqui para dizer que o advogado deve estar entre o casal e o comprometimento que fizeram um ao outro, não.

Mas como contrato que é, necessária análise técnica de como serão tratadas as questões patrimoniais das partes, o que evitará muitos problemas futuros. Problemas que podem sequer possuir relação com o divórcio, mas podem ter relação com a proteção patrimonial de ao menos uma das partes. É o caso, por exemplo, de uma condenação em reclamação trabalhista.

Toda essa introdução para chamar sua atenção a assunto recente da mídia: a acusação de assédio de um dos figurões do humor na Rede Globo.

De tudo que li a respeito, me chamou muita atenção um papel primordial, a ação da Dra. Mayra Cotta no caso.

Pelas informações divulgadas pela Revista Piauí, em dezembro de 2019, a vítima mais conhecida, Dani Calabresa, decidiu que levaria ao conhecimento da emissora e sua empregadora, a Rede Globo, os fatos que estariam ocorrendo desde novembro de 2017.

Há um ano, Dani mobilizou uma rede de atores, de outras vítimas e teria entrado em contato com vários departamentos de alto escalão da emissora, inclusive o Compliance, recebeu promessas com relação às providências que seriam tomadas.

Tais atitudes acabaram por acarretar o afastamento do suposto agressor de seu cargo e, meses após, seu desligamento da emissora. No entanto, a maneira que a empregadora promoveu o desligamento do suposto agressor deixou as vítimas bastante decepcionadas.

Somente então, quase um ano após, as vítimas se uniram e procuraram a ajuda da profissional advogada, Dra. Mayra Cotta.

A partir desse momento, fortaleceram-se, Cotta criou uma consultoria em compliance de gênero que passou a assistir às vítimas que formalizaram uma notificação para a emissora, quando, então, o caso veio a público com o peso e a gravidade que lhes são peculiares e todas as denúncias serão tratadas, consequentemente, com a seriedade que merecem.

Vejam, não gostaria de tecer comentários a respeito do caso propriamente dito. Não conheço de perto os fatos, tão somente as notícias que todos temos presenciado, atônitos.

Mas gostaria de destacar a importância da colega e profissional contratada para acompanhar as vítimas, que agora possuem condições de expor seus interesses de igual para igual com os profissionais designados pela emissora para lidar com as graves acusações.

É esse cara que o advogado é, o que te dá segurança para seguir em frente, o que orienta seus passos quando você não tem condições emocionais para pensar no assunto, o que sabe as peças que precisam ser utilizadas em seu favor, e, principalmente, o que conhece os problemas que podem te ocorrer no futuro.

Consulte seu advogado, sempre!