A importância da reafirmação do Dia Internacional das Mulheres como um dia de luta pela geração de igualdade, libertação de estigma, estereótipos e violência soa ainda mais essencial após a intolerável fala proferida por um Deputado do Estado de São Paulo no último final de semana.
Nesse contexto devemos fazer duas reflexões a fala em si e a data.
Sobre a fala, sem grandes divagações, o que espanta é o número considerável de mulheres que ainda normaliza a ideia da mulher como objeto sexual.
Me espanta mulheres que não enxergam a fala como abjeta, apenas a repreendem naquele contexto.
Isso faz pensar o longo caminho que ainda precisamos traçar para desconstruir a objetificação das mulheres.
No tocante a data do Dia Internacional das Mulheres precisamos desconstruir a imagem de que nesse dia devemos receber bombons ou flores ou que queremos receber mensagens de parabenização.
A data de 8 de março deve servir como um alerta a toda sociedade sobre as nossas necessidades que são muitas.
O Brasil continua matando muitas mulheres unicamente pela condição de serem mulheres, sejam elas cis, homossexuais., bissexuais, transsexuais, travestis, não bináriais…
Vivemos em um país que não respeita as mulheres, que não as aceita como são e que pouco se esforça para as incluir na sociedade, no mercado de trabalho.
Sim tivemos avanços, mas também tivemos muitos retrocessos. Nossas presidiárias continuam vivendo em condições subumanas; a pobreza menstrual é uma realidade; não discutimos a legalização do aborto e o turismo sexual pouco é tratado.
As expressões machistas, sexistas e misóginas estão normalizadas em nossa fala e escrita cotidiana e não discutimos sobre a sua exclusão.
Neste Dia Internacional das Mulheres gostaria de refletir sobre o papel da mulher na construção de uma sociedade mais respeitosa e justa para nós, mulheres.